Por Eduarda Oliveira
NIVEN, Jennifer. Juntando os Pedaços. 1.
ed. São Paulo: Seguinte, 2016.
Jennifer Niven é autora de Por lugares
incríveis, best-seller do New York Times traduzido para mais 35 línguas. Também
escreveu quatro romances para adultos, três livros de não ficção e o roteiro de
Por lugares incríveis para o cinema. Cresceu em Indiana e atualmente mora em
Los Angeles.
A obra conta a história de Jack, um adolescente diagnosticado por ele
mesmo com prosopagnosia uma doença que impede de conhecer o rosto das pessoas,
como se fosse um quebra-cabeça ele vê olhos, boca, nariz, cabelo… Mas não
consegue juntar todas as peças, para gravar na memória.
Ele usa marcas da própria pessoa para
identificá-la, jeito de andar, cor da pele, cabelo, e a maneira de como se
vestem para distinguir familiares e amigos. Porém ninguém sabe disso. Até que
entra uma garota na escola, Libby.
Libby passou os últimos anos dentro de sua
casa tentando superar a morte de sua mãe. Ela se sente pronta para recomeçar.
Em seus primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa do seu
peso, e vai parar na diretoria com Jack.
E pouco a pouco os dois vão se conhecendo e
criando um laço, e aos poucos entendendo um ao outro como ninguém tinha feito
antes.
O livro é simplesmente leve de se ler, você
consegue decifrar cada detalhe e consegue até sentir o que o personagem sente,
de tão perfeito.
A autora colocou pautas super importantes
no livro, como bullying e aceitação. Os personagens não são comuns na
sociedade, e é por isso que ensina e mostra o leitor que devemos lutar por um
mundo livre de intolerância e julgamentos.
Como quando Libby vestiu um maiô roxo
escrito alguém gosta de mim, e gravou um vídeo, que teve seus comentários
maldosos mas também teve comentários maravilhosos, e querendo ou não encorajou
diversas garotas a não ligar para os julgamentos e simplesmente não precisar
ter um corpo padrão para nadar.
‘’Se é um fardo tão grande, emagreça, e
seu problema será resolvido. Mas estou confortável assim. Talvez eu perca mais
peso, ou não. Mas o que as pessoas tem a ver com isso? Quer dizer, desde que eu
não sente em cima delas, quem se importa?’’
Jack também é um personagem incrível e
forte, pois imagina acordar todos os dias e não reconhecer quem você é, não
saber o rosto da sua mãe ou pai. Ele traz uma perspectiva de um mundo diferente
e bem complexo, e isso é perfeito para o livro, e eu amei. Suas inseguranças, problemas familiares, e
algumas coincidências, unem sua história com a de Libby.
Juntando os pedaços é uma história fofa,
linda e divertida de se ler. Tanto ter amor próprio como um romance de ensino
médio.
"Eu me lembro dos seus olhos. Da sua
boca. Das suas sardas que parecem constelações.
Conheço seu sorriso, pelo menos três deles, e
pelo menos oito de suas expressões, incluindo a que
você faz com os olhos. Se eu soubesse desenhar, desenharia você sem precisar olhar. Porque seus rosto está gravado na minha
mente". (Jack)
E não se esqueça de viver o agora, não dá
para você ficar esperando ser uma mulher linda, magra e rica, para viver e
fazer as coisas que deseja. Seja feliz.
Indico o livro para todos, pois precisamos de
mais histórias assim e não é só um romance, precisamos combater o ódio com
amor, sobre deixar de impor um padrão, sobre cuidar da própria vida.
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